O jornal Los Angeles Times divulgou essa semana o interesse da Paramount em produzir uma filme com o herói "Super Mouse". O projeto está em desenvolvimento há alguns anos, mas até agora o estúdio não se acertou com um roteirista ou mesmo diretor. Há alguns meses o estúdio teria reiniciado a busca por profissionais que possam levar o herói para o cinema, provavelmente no mesmo formato de "Alvin e os Esquilos".
Apesar de "Super Mouse" ter se perpetuado na cultura popular através da televisão nas décadas de 50 a 80, os desenho foi originalmente lançado nos cinemas. Criado por Izzy Klein em 1942, "Super Mouse" surgiu como uma sátira ao "Superman". Fã da versão de Max Fleischer para o homem de aço, Klein criou seu herói com base nessa produção.
A primeira ideia que teve era a de uma mosca com super poderes, batizada de "Super Fly", mas o projeto foi rejeitado pelo estúdio Terrytoons, onde Klein trabalhava. Curiosamente, a ideia da mosca ressurgiu em 1965, pela ABC, com o desenho "O Mosco Heróico/Fearless Fly", dentro do programa "Milton o Monstro". O próprio dono do estúdio, Paul Terry, foi quem sugeriu à Klein a utilização de um camundongo. Assim, surgiu o curta metragem "The Mouse of Tomorrow", no qual temos um camundongo se transformando em um super herói depois de consumir em excesso todas as caixas de Super Sopa e outros do gênero, disponíveis em um Supermercado.
Seu nome era "Super Mouse", mas, após a produção de alguns curtas estrelados pelo herói, a Terrytoon se viu obrigada a alterar o nome do personagem, pois a Coo Coo Comics já publicava histórias de um Super Mouse. Assim, ele se transformou em "Mighty Mouse". No Brasil, o nome do personagem permaneceu o mesmo.
A primeira versão do herói para os cinemas
Os 150 curta metragens produzidos pela Terrytoons ao longo da década de 40 chegaram à televisão em 1955 através da CBS. As aventuras do herói foram exibidas dentro do programa "Might Mouse Playhouse", para o qual a CBS encomendou a produção de uma música de abertura. Embalando as cenas de ação editadas dos curtas de cinema, a música tema do "Super Mouse" transformou-se ao longo dos anos em um clássico da cultura popular americana.Exibidos nos sábados pela manhã, os desenhos do "Super Mouse" chegaram a conquistar 11.6 milhões de telespectadores, atingindo 45% do público alvo do horário, que era formado por crianças entre 8 e 11 anos.
Mas, 12 anos depois, os desenhos já estavam ultrapassados e exalstivamente reprisados. Acreditando que o herói poderia sobreviver por mais dez anos na TV, a CBS encomendou novos episódios, estes sim produzidos direto para a TV. Pela Filmation surgiu em 1979 "New Adventures of Mighty Mouse and Heckle and Jeckle". O programa trazia três segmentos: as aventuras do "Super Mouse", a de "Faísca e Fumaça", dois corvos que surgiram no cinema e que agora também ganhavam novas aventuras; e "Quácula", um pato vampiro.
O novo programa com o "Super Mouse" trazia três histórias com o herói a cada programa, sendo uma aventura com começo, meio e fim, aos moldes do que já tinha sido feito para o cinema; e duas, de 7 minutos cada, situadas no espaço, e que terminavam com cliffhangers. Entre as histórias, o Super Mouse ainda apresentava boletins dando dicas de como preservar o meio ambiente e se tornar um bom cidadão. A maior diferença entre as produções para o cinema e a nova versão para a televisão foi a ausência das músicas ou diálogos cantados, que ao longo de duas décadas se tornaram uma 'marca' do herói.
A versão do herói em "As Novas Aventuras do Super Mouse"
Criticado por sua abordagem vazia e sem graça, a série animada foi produzida até 1981, totalizando 32 episódios. Em 1986 a CBS encomendou a produção de um novo programa que recebeu o título de "As Novas Aventuras do Super Mouse/Might Mouse: The New Adventures", no qual o camundongo foi batizado de Mike Mouse, funcionário de uma fábrica, pai da jovem Pérola, por quem ele era apaixonado. Mike se transforma no Super Mouse sempre que o mundo precisa ser salvo. Seu companheiro de aventuras era o ratinho Scrappy, órfão criado nas ruas, que conhecia sua verdadeira identidade.
Com essa nova versão, os desenhos do Super Mouse recuperaram sua principal característica, a de ser uma sátira ao Superman, mas acrescentando, também, outras paródias como ao personagem "Batman", à série dos anos 50 "Honeymooners" (a qual inspirou a produção de "Os Flintstones") e até mesmo de filmes como "Viagem Fantástica". A produção também resgatou em alguns episódios, personagens criados pela Terrytoons (cujos direitos tinham sido adquiridos pela CBS), que fizeram participações especiais em alguns episódios.
As novas histórias conseguiram conquistar o público adulto, que crescera assistindo os desenhos originais do personagem, mas, o programa perdeu o público infantil, que optou pelos desenhos dos canais concorrentes. Esse fato, aliado aos constantes ataques que o programa recebia do Reverendo Donald Wildmon, que tomou para si a autoridade de exigir censura aos desenhos, o programa foi cancelado após duas temporadas com 19 episódios. No entanto, o programa ajudou a promover uma nova linha de produções animadas que surgiu na década de 90, com histórias mais cáusticas ao comportamento da sociedade.
Resta saber se a versão cinematográfica da Paramount resgatará a abordagem crítica ou se ela perpetuará a idéia de que o personagem é apenas um desenho animado infantil.
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